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Adolescência

junho 29, 2011

(Por Calcinha de Oncinha)

Diogo, meu sobrinho de 16 anos, está numa fase introspectiva. Ele se tranca no quarto e passa boa parte do dia no computador e quando finalmente sai do quarto, não conversa com os familiares. Não gosta muito de se expressar por palavras e, às vezes, se comunica por meio de gestos e expressões faciais. O pai dele, meu irmão, fica aflito porque não consegue dialogar com ele. Disse-me que sua paciência se esgota quando tenta advinhar a mímica do filho. Vendo-o sem saber como lidar com a situação, fui atrás de informação e encontrei um livro interessante sobre o assunto, Limites sem trauma, de Tania Zagury.

A filósofa e mestra em Educação dá umas dicas de como os pais podem lidar com algumas situações, como esta acima:

“Tolere seus momentos (frequentes) de mau humor, mudez absoluta, cara feia, muxoxos e resmungos, desde que não ultrapassem, de forma alguma, os limites da civilidade e do comportamento em sociedade. Dessa forma, pode-se admitir que seu filho adolescente fique mudo toda uma manhã ou trancado a tarde inteira no quarto ouvindo música desde que não descambe para agressões, intolerância ou xingamentos para com os demais. Estabeleça junto com ele as regras para os momentos “negros”. Quando ele estiver bem, calmo e de bom humor, apenas nesses momentos, aborde o assunto, mostre-lhe o quanto esse tipo de atitude incomoda e magoa a todos; no entanto, garanta-lhe esse direito, desde que as regras de civilidade (por exemplo, um bom-dia ao acordar e entrar na sala é indispensável e assim por diante) não sejam esquecidas. Esses pequenos limites ensinam o jovem a dominar seus impulsos, que, nessa fase, voltam a ser muito fortes”.

Outra dica que ela dá é: “saiba ouvir os filhos, desde que queiram falar, é claro, e nem sempre eles querem; portanto, saiba esperar; seja mais maduro que eles que são jovens e estão aprendendo. Não queira que eles falem, quando não estão realmente dispostos. Você não conseguirá nada, apenas uma situação de conflito a mais e de pouca ou nenhuma utilidade. Aguarde o momento mais favorável. Ser pai de jovem é realmente uma arte… mas que, evidentemente, tem grandes compensações. Agora, quando eles estiverem contando alguma coisa, preste atenção. Ouça com o coração e a razão juntos, se possível! Não comece logo a criticar, a falar junto ou a brigar. Aí, não vai sair mais nada…”

Caiu como uma luva para meu irmão. Espero que ele aproveite bem!